sexta-feira, 8 de julho de 2011

Código de Ética Profissional

O código de ètica profissional do Conselho Federal de Fonoaudiologia é composto de 11 cápitulos.
Sua última atualização data de 06 de março de 2004. De acordo com o documento,

O Código de Ética regulamenta os direitos e deveres dos inscritos nos Conselhos de Fonoaudiologia, segundo suas atribuições específicas.
§ 1o - Compete ao Conselho Federal de Fonoaudiologia zelar pela observância dos princípios deste código, funcionar como Conselho Superior de Ética Profissional, além de firmar jurisprudência e atuar nos casos omissos.
§ 2o - Compete aos Conselhos Regionais, nas áreas de suas respectivas jurisdições, zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste código e funcionar como órgão julgador de primeira instância.
§ 3o - A fim de garantir a execução deste Código de Ética, cabe aos inscritos e aos interessados comunicar aos Conselhos Regionais de Fonoaudiologia, com clareza e embasamento, fatos que caracterizem a inobservância do presente código e das normas que regulamentam o exercício da Fonoaudiologia.

Art. 2o Os infratores do presente código sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei.



http://www.fonoaudiologia.com/informa/etica/

sexta-feira, 24 de junho de 2011

História da Fonoaudiologia

A fonoauldiologia, bem como a figura do fonoaudiólogo, é recente na história da saúde. O primeiro centro de estudos a oferecer formação naquilo que chamamos hoje de fonoaudiologia foi a universidade Eötvös Loránd, na Hungria, em 1900.  Entretanto, se tomarmos a fonoaudiologia como a ciência que lida com o fenômeno da linguagem humana, é de se esperar que estudos voltados para esse asunto sejam sencontrados em épocas mais remotas, visto que nunca houve uma humanidade sem linguagem.
Datado de aproximadamente 1700 a.C., o Papiro de Edwin Smith é considerado  o texto mais antigo a fazer referência direta ao funcinamento do cérebro.  Nele são descritos 48 casos clínicos, dentre esses algumas descrições de problemas neurológicos com sintômas na fala. 
Importante personagem na história da fonoaudiologia, foi Demóstenes.  Por ter conseguido associar honradez política com o ideal democrático, alguns historiadores o consideram o maior orador de todos os tempos. No entanto, Demóstenes foi gago. Auxiliado pelo ator Sátiro e submetendo-se a um severo tratamento, conseguiu superar suas dificuldades. Conta-se que um de seus exercícios terapeuticos consistia em declamar suas falas com pedras na boca; outra prática era recitar poemas enquanto corria na praia contra o vento.
A figura do fonoaudiólogo começou a formar-se somente no século XIX, quando oradores, políticos, cantores, atores, pregadores que desejavam melhorar o seu padrão de fala, oração ou canto. Aos profissionais desse período costuma dar-se o nome de elocucionistas. Com atividades voltadas para o desenvolvimento da qualidade vocal e da entonação, os elocucionistas abriram caminho para que médicos, psicólogos e pesquisadores viessem a explorar os fenômenos da linguagem de forma sistemática.
Em 1912, Edward Whealer Scripture, médico e cientista publicou um livro sobre a gagueira e problemas de articulação. Em 1928, Sara Stinchfield Hawk tornou-se a primeira doutora na área de patologias da fala e publicou The Psycology of Speech. Ambos pesquisadores foram extremamente importantes na formação da fonoaudiologia e contrinuiram para a fundação da American Speech and Hearing Association.  
O nome Bell não é responsável apenas pela invenção do telefone, mas também por importantes trabalhos na fonoaudiologia. Charles Bell foi professor de elocução; Neville Bell ensinava elocução e fonética e desenvolveu um sistema de análise visual da onda sonora, o visible speech. Alexandre Graham Bell dedicou sua vida à educação de surdos e à comunicação.
A partir da publicação do Curso de Linguística Geral (1916) , ao estabelecer-se como o estudo sistemático da língua, a linguística foi capaz de formalizar os fenômenos da linguagem, criando ferramentas de análise que auxiliam a pesquisa e a clínica fonoaudiológica. Roman Jakobson, juntamente com os demais linguístas do Círculo Linguístico de Praga, divulga as famosas teses de 1929, estabelecendo que a menor unidade linguística é o fonema e que este só toma realidade em oposição a outras unidades.
Na década de 50, Noam Chomsky revoluciona o modo como observamos a aquisição da linguagem. Contrário aos preceitos do behaviorismo, Chomsky aponta que a linguagem não pode ser adquirida pela relação estímulo-resposta. Segundo esse autor, o homem possui em sua estrutura mental um dispositivo natural para operar a língua que é ativado no momento em que a criança trava contato com outros indivíduos falantes.
Nos anos 60, os filósofos da Escola de Oxford, Austin e Searle, põem em xeque a visão descritiva da língua, mostrando que certas afirmações não servem apenas para descrever, mas tambem para realizar ações. Quando alguém diz sim perante um juiz ou padre, ou se dizemos nos encontraremos amanhã pela tarde para um colega, em cada uma dessas frases é realizada uma ação – no primeiro caso ocorre uma aceitação, no segundo, uma combinação. A Teoria dos Atos de Fala foi responsável por uma abertura do horizonte nos estudos da linguagem, pois ao perceber que a linguagem não é uma atividade de descrição,mas uma ação em si, podemos atar os laços entre linguagem e vida.

Fonoaudiologia e Oncologia

  O fonoaudiólogo atua em equipes no tratamento de câncer. A maior demanda se dá nos casos de câncer de cabeça e pescoço, pois este pode envolver estruturas importantes como lábios, língua, bochechas, palato, faringe e laringe (denominados órgãos fonoarticulatórios). 
  Para os pacientes oncológicos de cabeça e pescoço, o atendimento fonoaudiológico se dá desde o atendimento pré-operatório onde o paciente é informado sobre as possíveis seqüelas da cirurgia indicada e sobre o seguimento do tratamento fonoaudiológico e no pós-operatório para reabilitação da fala, voz, audição, deglutição e motricidade orofacial. 
  O objetivo do acompanhamento fonoaudiológico é garantir o restabelecimento de funções tão importantes para manutenção do bem-estar psíquico, físico e social e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Paralisia de Bell e Fonoterapia

CARMEN MUNE DE OLIVEIRA LIMA

Paralisia de Bell

A paralisia de Bell é uma paralisia do nervo facial (nervo craniano VII) que resulta em inabilidade para controlar os músculos faciais no lado afetado. Várias condições podem causar uma paralisia facial, por exemplo, tumor cerebral, derrame e doença de Lyme. Porém, se nenhuma causa específica pode ser identificada, a condição é conhecida como paralisia de Bell. Nomeada pelo anatomista escocês Charles Bell, que primeiro descreveu-a, a paralisia de Bell é a mononeuropatia aguda mais comum.
Acredita-se que uma condição inflamatória leva ao inchaço do nervo facial. O inchaço do nervo e sua compressão no estreito canal ósseo do crânio atrás da orelha possam levar à inibição, lesão ou morte do nervo. Nenhuma causa prontamente identificável para a paralisia de Bell foi encontrada até hoje.
Geralmente a pessoa não consegue, devido à paralisia, fechar o olho no lado afetado. Este olho deve ser protegido para que não seque, ou a sua córnea pode se tornar permanentemente lesada, resultando em problemas de visão.
A incidência anual da paralisia de Bell é de cerca de 20 afetados para cada 100.000 habitantes.

Motricidade Orofacial (M.O.)

De acordo com o Comitê de Motricidade orofacial da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia,
“A motricidade orofacial é o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo/pesquisa, prevenção, avaliação, diagnóstico, desenvolvimento, habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação dos aspectos estruturais e funcionais das regiões orofaciais e cervicais.”
O fonoaudiólogo que atua nessa área é responsável pelo tratamento de disfunções relacionadas à articulação temporomandibular, mastigação, sucção e deglutição, que são as chamadas funções estomatognáticas. Muitos pacientes com bruxismo, deglutição ou respiração atípica procuram tratamento com um fonoaudiólogo especializado em motricidade orofacial. O fonoaudiólogo atua também em equipes que tratam de pacientes com paralisia e tumor facial.
Frequentemente o profissional desta área trabalha em equipe com um ortodontista, visto que as alterações dentárias interferem as funções respiratórias, fonatórias e de deglutição.  Pode-se dizer que esses dois profissionais trabalham em harmonia para garantir um equilíbrio entre forma e função dos sistemas do paciente.
Conforme Comitê de Motricidade Orofacial da SBFa: o profissional deve ter os seguintes conhecimentos e habilidades:
  • Conhecimento de anatomia e fisiologia das estruturas orofaciais cervicais;
  • Compreender fatores contribuintes e causais relacionados aos distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
  • Compreender os conceitos odontológicos e médicos;
  • Compreender  as inter-relações da fala,voz e os distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais;
  • Avaliar e identificar fatores e procedimentos que afetam o prognóstico;
  • Desenvolver um plano de tratamento apropriado e individualizado;
  • Atuar em ambiente apropriado para a realização de serviços profissionais;
  • Documentar todos os procedimentos realizados;
  • Ter responsabilidades legais e éticas com clientes/pacientes,familiares e outros profissionais.